Os bastidores de Another Man com Harry Styles
Como é organizar uma revista com uma estrela eletrizante? Alister Mackie da Another Man revela tudo.
Existem poucas figuras tão adoradas na cultura pop contemporânea quanto Harry Styles. Ele é o ícone de uma geração, a figura cujos posts no Instagram inspiram colunas em jornais e revistas, e cuja ascensão à fama tem sido documentada tão completamente que você poderia pensar que não foi deixada pedra sobre pedra [a respeito dela]. No entanto, durante toda a sua carreira, ele tem permanecido de certa forma envolvido em mistério: deixando de lado a publicidade ao redor da One Direction, ele é surpreendentemente reservado, totalmente de acordo com o ditado que diz que menos é mais. Agora, ele está embarcando em uma carreira própria — tanto como ator como quanto cantor solo — e se voltou para Another Man para celebrar sua independência.
“Quando nós soubemos que ele tinha escolhido a Another Man para algo assim, pareceu uma grande responsabilidade”, explica Alister Mackie, que fundou a revista em 2005 e agora é seu diretor de criação. “Ele só me mandou uma mensagem e disse ‘eu quero fazer uma coisa com você’, e então eu senti que devia dar a ele o melhor tratamento da Another Man, a experiência completa, para fazer isso apropriadamente. Se tornou imediatamente evidente que havia muito mais profundidade nele do que nas estrelas de boyband comuns, então nós pensamos, vamos fazer com que tudo seja a respeito dele”. O que surgiu foi uma edição que gira em torno de Styles — desde as três histórias de capa, cada uma, uma imersão em uma faceta diferente da personalidade dele, até um arquivo íntimo de seus objetos de lembrança pessoais — na qual ele mesmo trabalhou, do começo ao fim. É uma completa e coesa exploração da personalidade de Styles, vista através das distintas lentes da Another Man.
A forma como Mackie começa a criar uma edição da revista é um tanto quanto incomum na era digital: ao lado de milhares de paredes de painéis de visualização estética, ele cria um álbum de fotos físico que funciona como uma espécie de mapa visual para a sua narrativa. Durante todo o processo de planejamento, Styles visitava o estúdio de Mackie em Shoreditch para folhear o livro, que desta vez estava cheio de fotos e panfletos de pop stars, Mick Jagger e John Lydon, e cópias da Oh Boy! — uma versão pop-meio-punk da Smash Hits dos anos setenta que serviu como ponto de partida para a pesquisa do Mackie. “Ele aparecia com seu capuz levantado, sozinho, completamente despercebido”, e os dois olhariam os layouts, explorariam referências, selecionariam edições. “Ele estava muito confiante durante todo o processo”, diz Mackie, “ele sempre dizia ‘eu escolhi você, então faça o que você acha que funciona’, mas quando ele tomava uma decisão, ela sempre parecia certa”.
Então, a dupla viajou para Cheshire, a cidade natal de Styles, com o fotógrafo Alasdair McLellan — um fotógrafo que é parte fixa da família Another Man, e que embarcou em um projeto similar explorando as raízes de Mackie em Glasgow no Outono/Inverno de 2012. “Ele realmente se envolveu nisso”, Mackie recorda. “Nós fomos até a escola dele, até o prédio onde ele costumava morar, até a padaria onde ele costumava trabalhar, e foi simplesmente incrível. Eu queria que fosse como levá-lo de volta para casa, e explorar a normalidade de suas origens. Foi uma experiência tão inspiradora — especialmente porque nós estávamos fazendo isso com uma pessoa que está num momento tão bom em sua vida, que está começando a seguir sozinho. Foi simplesmente eufórico”.
Então, Mackie se voltou para Willy Vanderperre, “nossa marca registrada em termos de fotógrafo de capa”, que anteriormente fotografou para a revista ícones como Alex Turner, Cillian Murphy e Willem Defoe. “Nós queríamos mostrar o que Willy faz, o que eu faço com o Willy, e colocar Harry para ficar na companhia daqueles homens”, ele explica. E finalmente, [Mackie se voltou] para Ryan McGinley, cuja visão poética de Styles como um herói romântico foi também transformada em um pôster para acompanhar a edição. “Existe algo meio indie naquelas fotos: algo de outro mundo e contemplativo”, reflete Mackie. “Aquele dia pareceu realmente espiritual porque Ryan é tão calmo e agradável, e eles realmente se conectaram. Harry chorou porque ele estava com uma rinite alérgica bem forte — e enquanto eu estava surtando porque o rosto dele ia inchar, Ryan simplesmente continuou tirando fotos. Acabou sendo tão lindo vê-lo chorar daquele jeito — e quando você trabalha com alguém tão espontâneo quanto Ryan, é então que esses momentos mágicos acontecem”.
É uma exploração enciclopédica do mundo do ídolo pop, misturada com os inimitáveis códigos da Another Man, e é memorável tanto em seu caráter íntimo quanto em sua estética. “Foi tudo muito empolgante e todas as pessoas envolvidas puderam sentir isso”, diz Mackie. “Nós nunca apostamos em uma pessoa assim antes, e isso é o mais pop a que nós já chegamos — mas ele é mais do que uma estrela pop. Muito mais. Foi a jornada mais incrível de todas”.
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Créditos: Niall Horan Brasil
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